quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Exatidão



Mais de 4700 substâncias tóxicas. Eu sei que cigarro faz mal, mas "mais de 4700 substâncias tóxicas"? 4700?! Tudo isso? E alguém se deu ao trabalho de contar? Isso é que é ódio... E quantas não tóxicas? E só para efeito de comparação, quantas substâncias tóxicas tem num bife? E num copo de cerveja exaltado pela Ivete Sangalo? Só pra saber...


Roger - vocalista do Ultraje

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

O Puxa-Saco feliz



Depois de muitos anos de carreira eu cheguei a algumas conclusões que me surpreenderam com relação à colegas de trabalho. Não entendam meus colegas de trabalho e sim todos os que trabalham em grupo em qualquer instituição, seja pública ou privada. Trabalhei no setor privado, mas foi no setor público que ratifiquei minhas conclusões. A que mais me chamou a atenção e serve de alerta para os que estão iniciando na senda do puxasaquismo, é que algum dia o puxa-saco cairá e, quem irá derrubá-lo não será o chefe e sim os melhores colegas de trabalho. Aqueles que não se cansam de dizer, "estamos do seu lado para o que der e vier; você é bacana e muito legal".
Conhecido como bajulador, galanteador e sabe-tudo. O perfil cultural é sofrível, para não dizer ridículo, tem muita dificuldade para as tarefas que necessitam de habilidades mínimas e básicas, mas apresenta-se a todos como PhD em todas as áreas de conhecimento. É o próprio "cricri", aquele que atormenta o outro bichinho conhecido por "chato". Tem perfil de jornalista(ou é) e trabalha na locução das "Rádios Pião", aquelas instaladas nos corredores, banheiros e durante as comemorações dos funcionários. Está sempre de plantão no meio das fofocas, não perde nenhuma notícia e nenhum detalhe. Participa sem ser chamado de conversas sobre decisões, ouve escondido, como quem não quer nada e imediatamente corre a procura da resposta em primeira mão para o chefe. Jamais subestime ou menospreze a capacidade de um puxa-saco infernizar a vida de um colega de trabalho.
Entre o puxa-saco e os superiores, existe uma falsa relação de amizade, aparentemente amigável, duradoura e chega até a causar inveja nos seus colegas, que inocentemente confidenciam tudo a ele com medo de perder essa tão importante amizade. Depois de muitos anos descobri que o puxa-saco tem características da serpente expulsa do paraíso nos tempos de Adão e Eva, a considerar pela condenação de rastejar eternamente aos pés do chefe e a procurar perscrutando a própria identidade perdida. O puxa-saco é como um tumor maligno, causa sofrimento e morte prematura nas pessoas e é difícil de se exterminar. A cada dia aparecem mais e mais, como uma praga maldita e pelo que tudo indica e leva a crer, sobreviverá ao apocalipse e ao Almagedon. Consegue-se acabar com colônias de ratos; cupins; baratas e outras pragas nocivas à saúde, mas de nada adianta a despuxasaconização, inútil tentar, eles sobrevivem a tudo. É como ameba, não adianta polivalente. Acaba-se com um, tem dez esperando para tomar o lugar do outro. No setor privado é diferente, o puxa-saco tem vida curta, mesmo que seja filho do patrão, porque ninguém tem rabo preso, agora no setor público ele faz a festa. É conhecido também como "parasita infernalis". Engana-se ao pensar que o puxa-saco galgará posições de comando ou chefia. A cabeça dele é muito pequena para responsabilidades maiores, tomada em quase sua totalidade por tudo, menos pela dedicação ao trabalho; ao aprendizado e ao aperfeiçoamento da própria função, vive com dúvidas e disfarçadamente, às escondidas, pergunta tudo depois assume a autoria e ainda fala que não precisa de ninguém. Faz-nos crer que já nasceu sabendo. E tem quem acredite. O puxa-saco só chegará a ser um chefe o dia que a Instituição dele desaparecer e não tiver mais ninguém lá dentro, ou todos enlouquecerem ao mesmo tempo, pelo inferno causado por ele. O lema deles é: "'Puxa-saco unido, jamais será vencido". Dizem que já sugeriram sindicalização. Observadores do comportamento humano e relações no trabalho descobriram nesses anos passados que o sofrimento causado pela humilhação e injustiça cometido a funcionários e trabalhadores honestos, competentes e inteligentes, tem como causa o conhecido Assédio Moral. Meu primo, docente e interessado no tema, Dr. Wadirretro Kahfagest foi a fundo e descobriu que em cada dez casos de Assédio Moral, tem trinta puxa-sacos envolvidos como causadores do constrangimento. São verdadeiras bactérias patogênicas, víboras; serpentes peçonhentas, leucócitos em ferimento doloroso em processo de infecção. Teóricos e estudiosos do tema nos alertam para que sejamos prudentes com esse tipo asqueroso que vive arquitetando armadilhas para pegar ingênuos colegas no trabalho. O puxa-saco não tem caráter; vive de sala em sala; se mete em tudo; sempre perdido na selva do trabalho, capaz de descontrolar a própria bússola; não vive a vida dele, gerencia a dos outros e quando se dedica a algum projeto, com certeza, será para aprimorar os métodos de bajulação. Uma dica importante para descobrir o foco da infecção e se providenciar a assepsia. Não é fácil se livrar deles, mas vale a pena tentar. Também não é difícil identificar um puxa-saco no ambiente de trabalho, mas como sempre surge do nada mais um e as primeiras vítimas em potencial são os novatos na instituição, um alerta. Detalhes que seguramente devem ser considerados. Procure saber antes a localização do ninho das najas. Quando chegar ao seu trabalho e alguém que você não conhece lhe cumprimentar com gentilezas; beijinhos; elogiar sua roupa, de repente pedir desculpas por te-lo confundido com alguém e lhe deixar falando sozinho, é esse o perigoso, o puxa-saco feliz, está sempre de plantão. Procure saber os apelidos dos colegas, aquele, que jovem ou não, for identificado como "Raposa Velha", caia fora. Para identificar com certeza o foco das parasitas infernalis, solte um boato que foi convidado a ser chefe ou vai jantar na casa de qualquer superior imediato. Aquele que levar um cafezinho para você e perguntar se quer com açúcar ou adoçante e depois mexer com a colherinha, é esse o canalha. Outra dica, você que é jovem então alguém no primeiro dia de trabalho lhe pergunta, - quanto tempo falta para a sua aposentadoria; tem casa própria ou paga aluguel? – Tem carro? Qual é a marca; é casado? Se ele perguntar quanto você ganha, aí então não tem antivírus que resista. Você está diante de um puxa-saco em potencial, o invejoso, esse tipo é de arrasar. Faça uma novena ou procure um exorcista, porque ele vai colar. Também não é preciso sair desconfiando de todos e descarregar a mágoa no cunhado, é tolice, aquele coitado que chega à sua casa com a família nas horas de almoço; de dormir; na hora de sair para um passeio ou no momento daquele esperado filme; no sábado no exato momento que o entregador de pizza buzina; na hora de tirar do forno os biscoitos contados da vovó. Ele é adulador por natureza, ainda mais quando o cartão de crédito estourou e o especial já foi para o espaço. Realmente ele mantém uma boa relação de amizade e parentesco, ame seu cunhado. Não descarregue nele as mágoas causadas pelo rotaviruspuxa-sacus de seu trabalho. Você que é um puxa-saco assumido, não se desespere, a vida é boa; tudo pode mudar e voltar a ser aquele "colegão", quem sabe até um grande amigo. Deixe de ser pegajoso; não ponha o "bico" onde não é chamado; não roube autoria de ninguém, tenha suas próprias idéias e agradeça quando lhe passam informações no trabalho. Cuidado com panelas, principalmente as de pressão, longe delas; pelego só é útil em cavalo ou em burro; não acredite em pistolões; elogie a beleza de sua mulher; sua família que agüenta seu papo todos os dias; vale até mentir para a sogra ao dizer que ela é maravilhosa, ela acredita, creia; mas não transfira esse elogio para o seu chefe; tenha opinião própria, mande embora o Grande Puxa-Saco que existe em você e verá que tudo vai mudar na sua vida. A felicidade existe, não estrague a dos outros. Puxar o saco de patrão deve ser uma doença perfeitamente tratável e com recuperação imediata. Siga alguns conselhos: - Comece estimulando seu hemisfério esquerdo do cérebro. Esqueça um pouco a calculadora e faça cálculos de cabeça; deixe os colegas das outras seções em paz, dedique-se em arrumar suas gavetas que devem estar uma verdadeira zona; não tenha mais dúvidas em informática, dedique-se em aprender alguma linguagem nova ou faça um curso de Word e Excel, que tenho certeza, você não sabe nada. Quer aparecer para seu chefe? – Pare de falar palavras soltas em Inglês querendo demonstrar que sabe e faça um curso de conversação. Experimente trabalhar com as mãos, você vai relaxar e esquecer que tem que rir daquelas piadas ridículas do seu superior. Se tiver coragem, atualize seu extrato bancário. Se depois de tudo sentir alguma recaída, e perceber que não tem jeito mesmo, não se descontrole, leve uma caixinha de bombons para seu chefe, mas indague antes se ele não é diabético. Para que você se sinta realmente bem e definitivamente deixe o puxasaquismo do lado, exercite também seu hemisfério direito do cérebro. Reserve um lugar tranqüilo, esforce-se para esquecer as últimas fofocas, pratique meditação e yoga. Se tiver tendências artísticas, pratique dança; faça ballet; pinte um quadro ou faça até um cursinho de matelacê, macramé, mas faça mesmo. Uma boa dica, pintura em tecido. Ouça uma boa música melodiosa; planeje um programa cultural diferente; volte a ser criança e exercite o bom humor; seja espontâneo e brincalhão, mas sem exageros do contrário vem a recaída, que é pior. Se o chefe espirrar, não diga \saúde\, se for tentado a se manifestar, então recomende um antialérgico ou um médico, ou fique quieto, será melhor. Nem tudo está perdido, não se desanime em algum lugar você também tem um verdadeiro amigo, todos temos. De acordo com Plutarco, moralista Grego, viveu entre os anos 50 a 120, na cidade de Queronéia na Beócia, devemos considerar algumas afirmações. O verdadeiro amigo usa de parresia, merece crédito ao criticar e sem medo de punição. É aquele que nos fala a verdade mesmo que nos incomode; critica nossas ações, faz-nos reconhecer os erros e aponta nossos defeitos com naturalidade. Há quem questione a parresia considerando que alguns indivíduos sem poder, usam-na para alcançar o cume, na relação de baixo para cima. De qualquer forma o verdadeiro amigo é um Parrésico e pronto. Atente como é verdadeiro, só um amigo sincero tem a capacidade de nos livrar de falsas ilusões e nos mostra o reflexo de nós mesmos no espelho de nossa alma. Nos momentos cruciais de sua vida será ele, com toda a certeza que ficará a seu lado. No trabalho é a mesma coisa, nunca culpe ou acuse precipitadamente o seu chefe sem antes conhecer os canalhas puxadores de tapetes no qual você faz parte e quer sair. Não é mesmo? Se tiver mesmo que puxar o saco, esqueça o chefe, que seja de seus colegas de trabalho, eles são os que aturam a sua chatice no cotidiano, convive com você como se fosse sua segunda família. É no trabalho que você passa a maior parte do tempo, seu domicílio. Seja pelo menos um puxa-saco agradecido e feliz.Agora meu infeliz amigo puxa-saco, se depois de tudo isso ainda sentir vontade de puxar um tapete, então eu recomendo que entre para alguma Igreja e comece a rezar, porque seus dias no trabalho estão contados.

por Johnny Notarianopublicado em 29/11/2007

Significado

Sacus vem do latim amigo chato; Puxus vem do latim muito; Juntando os dois, forma "amigo muito chato".
Puxa-saco ou Puxasacus Enrabadus é uma espécie de macaco proveniente da puta que pariu, habitualmente encontrado no mesmo nicho ecológico que os chefes, porque sem eles, os puxa-sacos não vivem.

Os puxa sacos se alimentam de dejetos dos chefes e se reproduzem por meio de enrabamentos. O segredo desse nobre dom do puxa-saquismo consiste em fazer(ou tentar), o chefe gostar mais de você, fodendo a vida de outra pessoa.

Exemplos: alguns estagiários, chatos, inúteis, etc
Dia do puxa-saco: 13 de setembro
Sinônimos: corta-jaca, mama-juquinha, baba-ovo, lambe-bota, sabe-tudo
Piadinha:
O puxa-saco chega pro chefe e diz:
- Chefe, o senhor sabe quais são as duas pessoas que eu gosto mais nessa vida?
O chefe responde:
- Bom, deve ser a sua mãe e o seu pai!
- Errou, chefe! A primeira é o senhor, chefe!
E o chefe indaga:
- E a segunda, quem é?
- A segunda o senhor indica, chefe!

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Se Eu Fosse Eu...

Quando eu não sei onde guardei um papel importante e a procura revela-se inútil, pergunto-me: se eu fosse eu e tivesse um papel importante para guardar, que lugar escolheria? Às vezes dá certo. Mas muitas vezes fico tão pressionada pela frase "se eu fosse eu", que a procura do papel se torna secundária, e começo a pensar, diria melhor SENTIR.

E não me sinto bem. Experimente: se você fosse você, como seria e o que faria? Logo de início se sente um constrangimento: a mentira em que nos acomodamos acabou de ser LOCOMOVIDA do lugar onde se acomodara. No entanto já li biografias de pessoas que de repente passavam a ser elas mesmas e mudavam inteiramente de vida.

Acho que se eu fosse realmente eu, os amigos não me cumprimentariam na rua, porque até minha fisionomia teria mudado. Como? Não sei.

Metade das coisas que eu faria se eu fosse eu, não posso contar. Acho por exemplo, que por um certo motivo eu terminaria presa na cadeia. E se eu fosse eu daria tudo que é meu e confiaria o futuro ao futuro.

"Se eu fosse eu" parece representar o nosso maior perigo de viver, parece a entrada nova no desconhecido.

No entanto tenho a intuição de que, passadas as primeiras chamadas loucuras da festa que seria, teríamos enfim a experiência do mundo. Bem sei, experimentaríamos enfim em pleno a dor do mundo. E a nossa dor aquela que aprendemos a não sentir. Mas também seríamos por vezes tomados de um êxtase de alegria pura e legítima que mal posso adivinhar. Não, acho que já estou de algum modo adivinhando, porque me senti sorrindo e também senti uma espécie de pudor que se tem diante do que é grande demais.

(Texto extraído do livro A Descoberta do Mundo, Clarice Lispector, editora Rocco, pg. 156).

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

DAR NÃO É FAZER AMOR



Dar é dar.
Fazer amor é lindo, é sublime, é encantador, é esplêndido.
Mas dar é bom pra cacete.
Dar é aquela coisa que alguém te puxa os cabelos da nuca...
Te chama de nomes que eu não escreveria...
Não te vira com delicadeza...
Não sente vergonha de ritmos animais.
Dar é bom. Melhor do que dar, só dar por dar.
Dar sem querer casar....
Sem querer apresentar pra mãe...
Sem querer dar o primeiro abraço no Ano Novo.
Dar porque o cara te esquenta a coluna vertebral...
Te amolece o gingado...
Te molha o instinto.
Dar porque a vida é estressante e dar relaxa.
Dar porque se você não der para ele hoje, vai dar amanhã, ou depois de amanhã.
Tem pessoas que você vai acabar dando, não tem jeito.
Dar sem esperar ouvir promessas, sem esperar ouvir carinhos, sem esperar ouvir futuro.
Dar é bom, na hora. Durante um mês.
Para os mais desavisados, talvez anos.
Mas dar é dar demais e ficar vazio.
Dar é não ganhar.
É não ganhar um eu te amo baixinho perdido no meio do escuro.
É não ganhar uma mão no ombro quando o caos da cidade parece querer te abduzir.
É não ter alguém pra querer casar, para apresentar pra mãe, pra daro primeiro abraço de Ano Novo e pra falar:
"Que que cê acha amor?".
É não ter companhia garantida para viajar.
É não ter para quem ligar quando recebe uma boa notícia.
Dar é não querer dormir encaixadinho...
É não ter alguém para ouvir seus dengos...
Mas dar é inevitável, dê mesmo, dê sempre, dê muito.
Mas dê mais ainda, muito mais do que qualquer coisa, uma chance ao amor.
Esse sim é o maior tesão. Esse sim relaxa, cura o mau humor, ameniza todas as crises e faz você flutuar
Experimente ser amado...
"A vida é a arte de tirar conclusões suficientes de dados insuficientes"

DA FELICIDADE


Quantas vezes a gente, em busca da ventura, procede tal e qual o avozinho infeliz. Em vão, por toda parte, os óculos procura, tendo-os na ponta do nariz!

Mário Quintana

sexta-feira, 14 de março de 2008

Unhas


Qual a função das unhas? Seria coçar? Porque é bom demais quando aparece aquela coceira danada fora de alcance e alguém de unhas afiadas nos ajuda com tal tormento.
Para outras pessoas, como era o meu caso há alguns meses, é onde descontamos a nossa ansiedade. Ai onde era pra ter unha, tem uma cabeça de dedo enorme e horrível.
As unhas na verdade vêm das garras de nossos avós macacos. Foi uma das coisas que nos restou, além do cóccix, aquele último ossinho da coluna onde era pra nascer o rabo e que também não serve para absolutamente nada.
Enfim, o que importa é que há muito tempo as unhas não tem uma utilidade específica. Os cílios são feitos para proteger os olhos, os dentes para mastigar o alimento e elas para enfeitar, cortar, assim como as madeixas.
Depois que parei com essa mania de roer unha (Que para quem tem, sabe, o quanto é difícil abandonar o vício. É como nos alcoólicos anônimos: "Um dia de cada vez") viciei em esmalte vermelho. Pode ser escuro, claro, cremoso ou cintilante, não importa. Eu acho lindo.
Francesinha é bonitinho, um begezinho também. Deixa a mão com um aspecto limpo e delicado, eu confesso. Mas não chega aos pés daquele tom encarnado, sexy e forte por si só. Ou alguém já chegou na manicure e falou: “Eu quero pintar as unhas de vermelhinho”?
Um ex-namorado meu odeia unhas escuras. Me disse certa vez que abandonou a ex-namorada (ele é cheio delas) em uma festa só porque ela estava com esmalte vermelho. Cada louco com sua mania. Eu acho muito mais nojento aqueles homens que deixam a unha do mindinho crescer. Argh! Também daria o toco em um desses, sem dúvida nenhuma.
Só sei que enquanto me relacionei com ele, evitei as cores. Nessa época era fácil, pois ainda estava na fase onicofágica.
Tempos atrás encontrei com “o meu falecido” na rua por acaso e mais por acaso ainda eu estava com as unhas vermelhas. Em um reflexo, coloquei as mãos pra trás. O cumprimentei rapidamente e não nos vimos mais. Esses dias, pelo msn, ele comentou: “Que nojo daquelas unhas vermelhas”. O cara tem olho biônico.
Assim como ele, tem vários e várias. Ele acha nojento, tem homens e também mulheres que dizem que é vulgar, que os caras não dão valor a quem usa essa cor de esmalte. Tenha a santa paciência.
Qual é o preconceito com as unhas vermelhas? Por acaso elas só tem conotação sexual? Claro que não!
Vermelho é uma cor super feminina e elegante. Nos anos 50, no auge da elegância, em que as mulheres usavam saias rodadas e cabelos bem arrumados, qual era a cor das unhas. Renda? Não, vermelhas.
Mulheres vulgares pintam as unhas de vermelho? Fiz uma pequisa na internet com mulheres como Bruna Surfistinha, Cicciolina e Rita Cadilac. Por incrível que pareça todas estão com unhas pintadas de esmalte claro. Nada contra essas três personalidades e muito menos contra quem usa esmalte com tons suaves, só estou fazendo uma observação. Nada a ver generalizar.
Mulheres vulgares hoje em dia não o são no jeito de se vestir e portar. Não falo dos comprimentos e decotes, mas nas idéias mesmo. Lutaram para se igualar aos homens, mas acham que basta sair com quem bem entender, com atitudes que envergonham a classe feminina, para se considerar uma pessoa livre e que busca a igualdade entre os sexos.
Por isso, quem gosta de unha vermelha, que pinte. Ah, os homens não gostam? Os que reparam em unha, talvez não. Mas esses provavelmente pararam no tempo, devem estar na época em que unha era chamada de garra e ainda tinha a utilidade de agarrar a presa. Hoje até agarra, mas no sentido figurado...e quando pintada de rubro, pode ser até mais fácil quando se tem estilo.
Núbia Mota
nubiamota@gmail.com